quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Anhanbaçai


*20/05/2011 - 3:35*
Em 1531 foi enviado de Portugal para o território conhecido como Brasil, uma expedição afim de colonizar uma pequena área habitada por indígenas. O nome da tribo e seus costumes foram esquecidos mas fica os relatos dos conquistadores.

"Estas são as narrativas do Capitão V**** em vigem para colonizar novas terras no Brasil, somos 120 homens e saímos de Lisboa em 05/04/1531"

Nos documentos encontrados (um diário) o nome do capitão foi apagado de todos os registros e não foram encontrados os registros dos tripulantes, mas o documento fala de um motim em meados de junho, creio que devido a algum problema na viagem eles demoraram mais do que deviam.

*11/08/2011 - 20:19*

Depois de muita pesquisa encontrei alguns documentos no velho porão da igreja de Anhanbaçai, lá fala que dos 120 tripulantes sobraram apenas 87 que chegaram na costa brasileira em um ponto ainda povoado por indigenas.

Os relatos em um diário feito  pelo imediato da caravela (estranho mas o nome também foi apagado), falam que logo que chegaram os índios foram ao encontro deles, porém, ele diz que não sabe o porque, algum marujo que estava armado, atirou contra os índios acertando o peito de um velho, segue o relato recuperado:

"Em 13/06/1531 um dos nossos marujos feriu um velho índio no peito, os indígenas nos atacaram com pedras e flechas porem todos estávamos armados e conseguimos ganhar a batalha contra os indígenas, nos dirigimos então para a aldeia fazendo prisioneiros os homens e crianças, as mulheres foram cativas em um ponto separado da aldeia"

Nesse ponto também faz menção há uma velha mulher que gritava e cuspia na direção dos conquistadores e em certo momento eles falam do único ritual que temos noticia sobre esta tribo que ninguém saberá o nome.

"Uma velha índia que estava presa junto das mulheres começa a gritar, ela grita frases para a lua que hoje é cheia, um dos marujos sai de uma oca levantando os calções e diz que vai dar um fim a mulher, ele pega sua carabina e vai em direção a velha, porem, quando o marujo chega próximo da velha, ela o ataca e o morde na garganta, e com o rosto ensanguentado olha para a lua e grita Anhanbaçai, pega a faca do marujo e corta a própria barriga e morre ainda em cima do pobre home agonizante."

Ainda não sei que tipo de ritual foi esse mas partir dai não há mais relatos, varias paginas foram arrancadas do diário. 

*29/06/2013*

Achei em um velho ponto da cidade onde supostamente ficava a aldeia dos índios, encontrei uma gruta com sinais de mineração, pesquisando um pouco encontrei também desenhos em um ponto intocado da gruta, não entendo o por que dos colonizadores não terem se aventurado no local, mas lá encontrei um pequeno bau com uma pagina do diário do imediato.

"É tudo culpa daquela bruxa, fomos amaldiçoados! Nós e nossos filhos e os filhos deles não terão paz, rezo para todos os santos para que nos acudam mas parece que nenhum santo pode nos escutar neste lugar maldito"

Não acredito em superstições, mas tentarei ver com algum historiador de cultura indígena o que seria esta maldição

Continua...

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Amor demais

Paulo era um rapaz tímido, tinha grandes olhos castanhos, cabelos escuros e era muito magro, dificilmente conversava com algum adulto mas amava passar o tempo com as crianças, o quintal de sua casa tinha uma grande goiabeira e uma jabuticabeira que ele deixava as crianças roubarem as frutas, Paulo era um homem bom.

Um belo dia, ele encontra em seu quintal uma garotinha que chorava ao pé da goiabeira ele se dirige a garota e fala: - O que há com você? Por que chora garotinha? - a garota com lágrima nos olhos vira para o lado e tenta esconder a face com o cabelo, Paulo então tira o cabelo da frente e vê o grande hematoma arroxeado no olho direito da garota, ele se enche de fúria e pergunta a garota: - Quem fez isso garotinha? - a menina então fala em uma voz rouca: - Meu pai! Ele bebe demais e então ele me faz coisas horríveis. - Paulo foi acometido pelo ódio, como alguém poderia machucar uma criança.

-Me mostre onde é sua casa.

A garota leva Paulo até um local afastado perto da praia, lá havia um casebre onde a garota indicou que morava, Paulo com toda a sua fúria abriu a porta, foi quando alguém o golpeou na cabeça e ele desmaia.

Algum tempo depois ele acorda, esta amarrado em um tronco no meio de um mangue lá ele vê varias figuras na sombra, ele tenta falar mas a mordaça não deixa, então ele ouve uma voz.

- Tem certeza que é ele?
Outra pessoa fala.
- É claro que sim, ta na internet, o cara estuprou varias crianças e uma delas até o reconheceu.

Paulo começa a se desesperar, do que eles estavam falando, ele não era um estuprador ainda mais um pedófilo, ele tenta falar mas alguém acerta as costelas dele e ele sente algo quebrar então alguém fala.

-Pedófilo maldito! Essa noite vai ser longa e também a sua ultima.

Então varias pessoas se aproximam, e todas com pedaços de pau, pedras, facas e qual quer coisa que sirva de arma.

Paulo estava chorando e só pensava "Eu não fiz nada! Por que isso esta acontecendo?", então veio o primeiro golpe, e lhe acertam o joelho, depois disso, foi uma torrente de golpes e ofensas, foi uma noite de ódio e o pobre Paulo não conseguia entender o porque de fazerem isso com ele, então em um momento de clareza ele entendeu, ele foi confundido, por ele amar as crianças confundiram ele com alguém, mas isso já não fazia diferença, ele já sabia qual seria seu fim, um inocente morto por culpa de outro.

Na manhã seguinte uma garotinha com o olho roxo e seu pai iam de mãos dadas para casa, a garota de cabeça baixa e seu pai com um sorriso nos lábios, então quando eles chegam em casa o homem fala: -Você foi uma boa garota ajudando o papai! - o homem entra em casa, a garota com lágrimas nos olhos já sabe que seu tormento vai começar novamente e agora ,também vai ser assolada pelo fantasma da culpa por ter levado para a morte um homem inocente.